quarta-feira, 26 de junho de 2013

Relato de Experiência no Fórum Mundial de Educação - Nov 2009


BRASÍLIA, 23 a 27 de novembro de 2009.
 
              CEFET - MG /  CAMPUS III - LEOPOLDINA
PROJETO DE EXTENSÃO SOCIAL – GRUPO FOLCLÓRICO ASSUM PRETO
Relato de experiência de uma proposta educacional que tem como objetivo libertar o ser humano e transformá-lo em ator de seu projeto de vida através da pesquisa, registro e divulgação da cultura brasileira.

REFLEXÕES INICIAIS:
- Por que nós, profissionais da educação, participamos de encontros como este? O que nós buscamos? Mais conhecimento? Atualização/capacitação? Ou respostas às nossas questões individuais?
- O que levamos daqui? Ideias inovadoras? O que fazemos quando voltamos para nossa realidade, para nossas escolas, com uma ideia nova? Conseguiremos implantá-las, romper com padrões muitas vezes já estabelecidos? Sozinhos teremos força e persistência?
- O que será que nossa sociedade espera de um FÓRUM como este e de nós que estamos aqui presentes? Que compromisso temos com esta sociedade, com este mundo?
      Nós, educadores, temos esquecido de um grande poder que temos nas mãos: o poder de transformar, de ajudar a construir um mundo novo, um mundo que a maioria sonha.
      A questão mais importante não é o que fazer, mas, o que já estamos fazendo em nossas aulas e em nossa escola para transformar este mundo? Há dois caminhos de ação, um que reproduz o mundo que aí está e outro que promove a sua transformação.
      O poder está conosco, na educação, mas, muitas vezes, somos “distraídos” pela mídia ¹ sensacionalista que, mostrando este mundo maior,  distancia-nos de nosso mundo mais próximo, onde nossa ação pode ser mais efetiva: nossa sala de aula, nossa escola e nossa cidade. É neste mundo que podemos intervir, participar ativamente e transformar.
      Em Leopoldina, como na maior parte do Brasil, escreve-se muito, e muito bem, sobre educação. Encontramos nos livros, nos artigos científicos, nas leis, nas missões, nos projetos pedagógicos de cada escola e nos planos de curso ideias e propostas excelentes para que transformações sociais ocorram, mas, muitas vezes, ficam só no papel. Talvez espelhando outro papel que veio “lá de cima”, do governo...
      Diretores, coordenadores e especialistas da educação se “afogam” em tanta burocracia a cumprir e não têm tempo de cuidar do pedagógico, de acompanhar o processo educacional de sua escola.
      O que acontece conosco, seres humanos, que não resgatamos em nós a capacidade de sonhar, de criar, de acreditar no sonho da mudança e, principalmente, agir, colocar em ação tudo o que, muitas vezes, já está escrito? Não há dúvida que é mais cômodo e fácil reproduzir o que já existe.
- Como podemos formar ou até mesmo cobrar de nossos alunos aquilo que não somos?
A maioria das escolas trabalha as disciplinas apenas como um fim em si mesmo, e não como meio de desenvolver os alunos e interferir no mundo mais próximo e real.
Estas questões mereceriam mais uns tantos eventos como este e outras tantas reuniões pedagógicas de educação para que pudéssemos chegar a respostas concretas e, principalmente, ações definidas em conjunto para o benefício de uma maioria.  É isso que o nosso mundo, nossa escola, nossa cidade, está precisando e urgente!
      No contexto desta reflexão, o Cefet Campus III de Leopoldina apresenta, neste Fórum, o PROJETO DE EXTENSÃO SOCIAL ASSUM PRETO. Um projeto que ultrapassa a sala de aula e que proporciona a toda comunidade leopoldinense e região uma oportunidade de sonhar, criar, desenvolver potencialidades e trabalhar o ser humano de forma integral. Aqui, aliamos arte e responsabilidade social em busca dessa transformação pessoal e social.
Analisando bem, esse projeto vai na contramão do que observamos no mundo, onde os interesses individuais, particulares são mais fortes do que os interesses públicos, do bem comum pois, numa sociedade capitalista,  é necessário formar consumistas e não cidadãos.
Portanto, a arte é um dos poucos meios de libertar o ser humano de tudo aquilo que o aprisiona. "Prisões" estas que foram criadas pela sociedade através de seus modelos educacionais (família, instituições, escola e meios de comunicação) sem esquecer que alguns grilhões foram criados por nós mesmos.  Este projeto cultural e social trabalha a dança e a música folclórica brasileira como meio de libertar o ser humano da timidez, vergonha, preconceito, dificuldade em trabalhar em equipe, entre tantos outros entraves. Os resultados obtidos são inúmeros, sendo que o mais significativo é a transformação dos componentes em pessoas participativas, ou seja, ATORES e não mais espectadores de sua própria história.

¹ Saiba mais sobre o assunto acessando o texto: “10 estratégias de manipulação” de Avran Noam disponível em: http://www.institutojoaogoulart.org.br/noticia.php?id=1861


Avram Noam Chomsky é um linguista, filósofo e ativista político estadunidense. É professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

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